Há mais de um ano eu estive fazendo a prospecção de um imóvel para um cliente. Este imóvel ficava num prédio comercial muito bem construído, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Como gestor, sempre estamos de olho no trabalho alheio, principalmente para buscar coisas/ideias boas que sejam aplicáveis aos imóveis que gerimos.
Eu sempre fui um entusiasta do Facility Management, rodei meio mundo atrás de inovações para os meus clientes, em especial o Centro Empresarial Mário Henrique Simonsen (CEMHS) que muitos de vocês conhecem. Já estive em vários estados Americanos em eventos do IFMA - International Facility Management Association, e sempre valeu muito o investimento. Até na Bulgária eu fui parar para participar do EURO FM, evento espelho ao IFMA, mas voltado ao mundo do FM na Europa. Inclusive foi neste evento da Bulgária, em especial, que nasceu a certificação ISO 41001 do CEMHS e da RV Gestão. Foi lá que tivemos o primeiro contato com a NORMA e vislumbramos a importância de sermos pioneiros no Brasil e nas Américas. Que orgulho!
Mas voltando ao ponto inicial, tenho me deparado com situações relevantes que afetam profundamente o Mercado Facilities. Fatos que me entristecem, de verdade. O mercado em geral tem trabalhado a troco de bananas. Tenho visto pessoas e empresas ofertando o seu tempo, o seu conhecimento, a sua formação até por menos que um salário mínimo para Administrar um empreendimento ou mesmo para exercer uma Sindicância “Profissional”. Esta precarização tem derrubado o nível da nossa profissão para patamares sofríveis. O resultado vem sempre a médio/longo prazo e normalmente são desastrosos para quem contrata um profissional pelo menor custo. Geralmente quem mais sofre são máquinas e equipamentos que custam muito caro (chillers, elevadores, bombas, etc) e que são mantidos por empresas low cost de fundo de quintal. Sim, o péssimo gestor está sempre junto de péssimos mantenedores, isto é simbiótico.
Esta conta de escolher gestor e mantenedor “baratinho” sempre chega em forma de bomba aos bolsos dos proprietários dos prédios, condomínios, etc. Quando menos se espera, chega aquela supresa indesejada:
“Precisamos trocar um chiller!”
“Nossa casa de máquinas de elevadores precisará sofrer uma manutenção pesada!”
e por aí vai…
E as catástrofes orçamentárias? Orçamentos feitos de acordo com o gosto do freguês e não de acordo com as necessidades reais dos empreendimentos geram milhões de reais de cotas extras que são pagas com muita raiva pelos proprietários.
Esta foto ilustra tudo o que eu disse e tenho sentido: o nível dos nossos serviços e profissionais precisa melhorar - e isso é prá ontem!
Aquele gato na cadeira estava na Administração do prédio que comentei no começo do meu texto. Eu fui até lá buscar mais informações pro meu cliente de Real Estate. Fui recebido pela Gerente do prédio que havia me pedido pra sentar:
“Mas tem um gato aqui na cadeira!” eu disse, surpreso com aquela ocupação inusitada de um espaço de trabalho.
“Ahh então não senta não, porque esse gato é bravo!” disse ela, sem cerimônia.
Aí pensei comigo: como será a gestão de um empreendimento onde o gato tem prioridade para ocupar uma cadeira na Administração?
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/o-gato-na-cadeira-e-precariza%25C3%25A7%25C3%25A3o-do-fm-alexandre-roxo/
